Em situação normal, a luz que provém dos objetos entra no olho
através da córnea, atravessa os meios transparentes do olho e
chega à retina.
A córnea e o cristalino atuam como lentes, focalizando a luz sobre
a retina. As células especializadas da retina transformam o
estímulo luminoso em impulso nervoso, que é transmitido ao
cérebro. O cérebro interpreta esses sinais, dando-se então o
sentido da visão. Chamamos de emetropia a condição em que a
luz que chega à retina, proporciona uma imagem nítida, resultado
numa visão normal.
Para ter uma visão normal, entretanto, um
grande número de pessoas necessita do uso de óculos. Esta é a forma habitual de compensar
os defeitos da visão, que incluem a miopia, a hipermetropia, o
astigmatismo e a presbiopia. Os defeitos de Visão ou ametropias,
não devem ser entendidos como doenças, pois decorrem apenas
da focalização inadequada da luz que chega à retina.
Na miopia, o olho é habitualmente maior que o normal. Assim, a
focalização da imagem não se dá na retina, mas antes dela. Isso
resulta numa visão ruim para longe, mas ainda boa para perto.
A miopia geralmente surge na infância ou na segunda década de
vida, progredindo durante o crescimento da criança e
estabilizando-se por volta dos 20 anos de idade.
Crianças podem ter o hábito de olhar os objetos bem de perto. Isto
não configura necessariamente miopia.
Nas ametropias, para se conseguir uma visão nítida, é necessário
deslocar o foco, colocando-o sobre a retina. Isto é obtido na
miopia através do uso de lentes divergentes, de superfície
côncava.
Na hipermetropia, o olho é menor do que o normal. Assim a
imagem dos objetos deveria se formar depois da retina. A
dificuldade de visão é principalmente para perto, para leitura.
Entretanto, quando em grau elevado, a hipermetropia pode
ocasionar também diminuição da visão para longe.
Em graus pequenos, a hipermetropia pode ser assintomática. Em
graus maiores, pode causar cansaço ocular e dor de cabeça,
principalmente no fim do dia, após esforço visual prolongado (TV,
leitura, computador, etc.).
Nas crianças, a hipermetropia pode ser causa de estrabismo. Para
se obter uma visão nítida, sem esforço, e necessário deslocar o
foco de forma colocá-lo sobre a retina. Consegue-se isso na
hipermetropia com o uso de lentes convergentes, de superfície
convexa.
No astigmatismo, a córnea se comporta como se existissem duas
lentes na sua superfície. Por não apresentar uma superfície regular,
a diferença de curvatura entre eixos perpendiculares dá origem a
dois focos distintos, resultando numa visão desfocada. A visão
pode estar dificultada para longe e para perto. O astigmatismo
pode vir acompanhado de miopia ou hipermetropia.
O astigmatismo geralmente causa dor ocular e dor de cabeça. É
causa frequente de fotofobia ou intolerância à luz.
Na receita de óculos o astigmatismo corresponde ao cilindro, cujo
grau vem acompanhado do eixo a ser corrigido.
A presbiopia, conhecida como vista cansada, é a dificuldade na
visão de perto que geralmente surge após os 40 anos de idade.
O cristalino, a lente do olho, tem sua elasticidade diminuída e o
músculo responsável pela acomodação torna-se mais frágil,
resultando daí uma maior dificuldade na mudança do foco da
visão de longe para a visão de perto. A presbiopia é um processo
relacionado ao envelhecimento.
Tipos de lentes para correção da presbiopia
Há pelo menos três tipos diferentes de lentes para a correção da
presbiopia:
a - Lentes monofocais:
São lentes simples, com foco único, geralmente montadas em
armações pequenas e que só devem ser utilizadas na visão de
perto, pois desfocam as imagens quando no olhar à distancia.
b - Lentes bifocais:
São facilmente identificadas pela presença de uma divisão entre a
parte superior da lente - para visão à distancia, e a parte inferior da
lente - para visão de perto. Têm como principal inconveniente a
mudança brusca no grau de longe para perto.
c - Lentes multifocais:
Representam a evolução das lentes para correção da presbiopia.
Procuram imitar o funcionamento do cristalino, proporcionando
foco distinto para distâncias diferentes. Isto se consegue através
de um aumento progressivo de grau, de cima para baixo,
permitindo ao usuário o seu uso na visão de longe e perto.
Externamente não diferem das lentes comuns, ou seja, não
apresentam traço divisório.
Na escolha das lentes é preciso considerar o material utilizado e as características de cada um. As lentes de cristal são mais pesadas e podem quebrar mais facilmente. As de resina são mais leves, porém estão mais sujeitas a aranhões. Recursos como proteção contra riscos, antirreflexo, lentes que escurecem na claridade (foto cromáticas), etc, podem ser utilizados de acordo com a conveniência e necessidades individuais.
Como pingar colírio
1 - Lave bem as mãos:
2 - Incline a cabeça levemente para trás e olhe para cima;
3 - Puxe a pálpebra inferior utilizando o dedo indicador;
4 - Instile uma gota do colírio dentro da bolsa formada pela
pálpebra;
5 - Aperte o canto interno do olho, mantendo a pressão por alguns
minutos;